Postado em 05 de ago de 2015
Proteção em Tempos de Crise
SÃO PAULO – Marcelo Cunha do Amaral estava satisfeito com o seu trabalho de assistente administrativo na Petrobras, no Rio, e não vislumbrava a possibilidade de perder o emprego, embora não fosse concursado. Mesmo assim, no início de 2014, ao negociar a renovação do contrato de aluguel, achou interessante pagar um valor adicional que lhe garantiria que, caso perdesse a renda, a seguradora assumiria esse compromisso por um determinado período. E foi o que aconteceu em março, quando ele passou a fazer parte do índice de desemprego do país.
— A imobiliária ofereceu esse seguro, e achei interessante. Foi a primeira vez que contratei e no mês seguinte à minha demissão já procurei a seguradora. Ajudou, porque ainda não consegui encontrar outro emprego — diz Amaral.
Ele conta que o valor da indenização foi suficiente para três meses das despesas com o imóvel (aluguel e condomínio), cerca de R$ 3,6 mil — sendo que ele pagava por essa proteção, mensalmente, R$ 11,65.
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
O tipo de proteção, atrelado à perda de renda ou à incapacidade temporária de trabalho, pode ser útil em um cenário de maior instabilidade econômica. No caso dos seguros prestamistas, que arcam com o valor das prestações de um contrato (crediário, mensalidade escolar ou aluguel), boa parte está atrelada ao risco de desemprego, no caso de profissionais que trabalham com registro em carteira. No caso de profissionais liberais (médicos, advogados) ou autônomos, é mais fácil encontrar seguros que pagam uma indenização quando ocorre um afastamento temporário do trabalho, por doença ou acidente.
É um mercado que vem crescendo, mas é claro que, em época de maior instabilidade financeira, esses produtos têm um apelo maior. O cliente que não pensava nisso, quando conhece essa cobertura passa a pensar nessa possibilidade (de perda de renda) e considera a contratação dessa cobertura — diz Karina Massimoto, superintendente-executiva de seguros do Grupo BB Mapfre.
Na avaliação de Patrick Paiva, gerente de produtos de Vida da Icatu Seguros, momentos de incerteza financeira como o atual ajudam a desmistificar o fato de um seguro de vida ser utilizado apenas quando ocorre a morte do titular. Ele explica que as apólices oferecem cobertura de renda em caso da incapacidade temporária. Para ele, a demanda por essa cobertura não tende a mudar muito devido ao cenário econômico. Já as prestamistas, que estão relacionadas à compra de um bem ou produto, como a utilizada pelo ex-funcionário da Petrobras, tendem a ter maior procura agora.
— Para o planejamento financeiro é importante. Em momentos de crise, as pessoas ficam com mais receio de consumir e faz sentido ter um seguro como esse — afirma Paiva.
Fonte: Cqcs / 04/08/2015 / Fonte: POR ANA PAULA RIBEIRO – o Globo